Eu sempre me deparo com dúvidas no mercado imobiliário sobre como funciona o reajuste de aluguel, principalmente quando confrontado com variações econômicas radicais como as de 2021. Antes de mergulhar nas fórmulas e índices, quero contar exatamente o que observei naqueles meses. Era como se todas as conversas entre locadores e inquilinos começassem com um número assustador: a disparada do IGP-M. Eram tempos de pandemia, inflação fora do padrão e muita insegurança. E isso bagunçou a rotina de quem dependia dos repasses do aluguel mensal para tocar a própria vida, ou manter a casa onde vivia.
O cenário econômico de 2021: Por que tudo ficou mais difícil?
Para compreender por que tantos contratos de locação geraram discussão em 2021, precisamos olhar para os índices que servem de bússola nesse mercado: IGP-M, IPCA e, mais tarde, IVAR. O IGP-M, tradicionalmente usado para reajuste, disparou e acumulou alta anual acima dos 17%. Lembro que, só em maio daquele ano, o acumulado havia passado de 37% em 12 meses. Imagine ter um aluguel de R$ 1.000 passar para R$ 1.370 de uma hora para outra. Era um baque para qualquer orçamento.

Por outro lado, o IPCA, índice oficial da inflação medido pelo IBGE, fechou aquele ano perto dos 10%, ainda alto, mas muito menos impactante no bolso. A diferença entre um e outro era suficiente para acender debates e, claro, muitas renegociações, eu mesmo acompanhei várias. De acordo com notícias do UOL, planejar-se financeiramente era o conselho do momento, já que os índices podiam transformar um contrato saudável em um abacaxi de difícil descascada.
Não foi só isso. O IVAR, novo índice da FGV, ganhou fama por refletir com mais precisão a variação dos preços dos alugueis residenciais negociados, servindo de alternativa à pressão do IGP-M. Mas, naquele contexto, a maioria dos contratos ainda previa o “velho” índice.
Para que serve o reajuste de aluguel?
É comum ouvir alguém perguntar: afinal, por que reajustar o valor do aluguel ano após ano? Eu mesmo já questionei isso no início da minha carreira, e percebi que o reajuste anual existe para manter o valor do aluguel atualizado diante da inflação. Ele assegura que o proprietário não perca poder de compra e que o inquilino permaneça pagando um valor condizente com a realidade do mercado.
O problema ocorre quando o índice usado para corrigir não acompanha o comportamento do mercado ou ultrapassa a realidade financeira das partes envolvidas. E foi exatamente o que se viu em 2021.
Índices para reajuste: Entenda as diferenças entre IGP-M, IPCA e IVAR
Antes de mostrar como calcular, vou destrinchar os principais índices que aparecem nos contratos:
- IGP-M: Criado pela Fundação Getúlio Vargas, era o queridinho no mercado de locação. Em 2021, virou vilão por causa da metodologia de cálculo (sofre forte influência do dólar e dos preços das commodities), provocando altas lembradas até hoje.
- IPCA: É o índice oficial da inflação, medido pelo IBGE. Foca no consumo das famílias, então, em períodos de mais volatilidade global, costuma oscilar menos, sendo considerado mais “previsível”.
- IVAR: Lançado em 2021, também pela FGV, busca refletir o comportamento dos aluguéis residenciais, analisando diretamente contratos firmados em diferentes cidades. É uma tentativa de ser mais próximo da realidade desse mercado.
Fiz questão, em diversas conversas, de enfatizar: confira sempre qual é o índice de reajuste previsto em seu contrato. Muitas vezes ele está lá desde o início e, quando chega o aniversário do contrato, vira fonte de dúvida e conflito.
Para quem deseja entender como cada índice influencia a negociação, sugiro ler também o artigo índices de reajuste de aluguel, pois detalha bem as características e impactos na prática.
A diferença entre contrato e prática: Por que renegociar virou regra em 2021?
Se tem um aprendizado que ficou daquela fase foi: às vezes, o contrato está escrito, mas a vida real pede conversa. Muita gente se viu obrigada a negociar porque os aumentos simplesmente não cabiam no orçamento ou afastavam inquilinos. O principal argumento era simples:
Equilíbrio é mais importante do que contrato engessado.
Muitas administradoras começaram a sugerir o uso do IPCA no lugar do IGP-M, mesmo com o contrato assinado apontando outro índice. A Lei do Inquilinato, claro, prevê reajuste por índice pactuado, mas não impede acordo entre as partes para adotar solução mais razoável. A base de tudo é o diálogo e o bom senso.
Em 2021, isso ficou muito claro. O próprio jornal O Dia destacou o planejamento e a negociação como saída para evitar abusos e conflitos. O maior risco é insistir no reajuste máximo e acabar com imóvel vazio, ou cair em inadimplência.
Como calcular o reajuste de aluguel na prática: Exemplo real
Chegou a parte mais aguardada. Eu mesmo já fiz esse cálculo dezenas de vezes, às vezes até “na mão”, anotando tudo em um papel só para mostrar como funciona e não deixar dúvidas para clientes e amigos.
- Confira o índice definido em contrato (normalmente IGP-M ou IPCA)
- Procure o percentual acumulado nos últimos 12 meses, disponível nos sites do IBGE, FGV, notícias financeiras ou mesmo em algumas plataformas imobiliárias.
- Aplique a fórmula: Novo valor do aluguel = aluguel atual x (1 + índice/100)
Vamos ao exemplo tradicional de reajuste utilizando o IGP-M de 2021 (maio 2020 a maio 2021, acumulando 37%):
- Aluguel vigente: R$ 1.500
- Índice: 37%
- Novo valor = 1.500 x (1 + 0,37) = 1.500 x 1,37 = R$ 2.055
Se aplicarmos o IPCA, que ficou próximo a 9%, teríamos:
- Novo valor = 1.500 x (1 + 0,09) = 1.500 x 1,09 = R$ 1.635

Viu como a diferença é significativa? Por isso, muita gente não aceitou o reajuste automático pelo IGP-M e buscou alternativas. A revista Exame até fez um guia passo a passo para o cálculo correto, e concordo: além de calcular, é fundamental comunicar o locatário e, se necessário, iniciar conversas para negociar condições melhores para ambos.
Renegociação: Quando e como abordar?
Como expliquei acima, a renegociação do valor do aluguel acontece, geralmente, quando o reajuste previsto passa do razoável em relação ao mercado, renda ou índices mais “justos”. Minha experiência diz que existe uma janela perfeita para isso: de 30 a 60 dias antes do aniversário do contrato.
O caminho, no geral, segue assim:
- Analise o cenário: há imóveis similares por valor menor? A região enfrenta vacância?
- Junte argumentos: índices, situação macroeconômica, experiências de contratos parecidos.
- Busque o diálogo: explique por que considera o reajuste insustentável e proponha outro índice ou até manter o valor atual.
- Registre o acordo em documento assinado por ambas as partes, inclusive em addendo ao contrato.
Negociar é ceder um pouco para não perder tudo.
E nunca esqueço: um imóvel ocupado, mesmo com reajuste menor, gera renda e evita despesas com manutenção e impostos durante a vacância. Os riscos de inadimplência e imóvel parado precisam pesar mais do que alguns pontos percentuais de ganho imediato.
Entendendo a Lei do Inquilinato: O que dizem os direitos e deveres?
De acordo com a Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91), o reajuste do aluguel é um direito do proprietário, mas precisa respeitar o índice estabelecido entre as partes na assinatura do contrato. O contrato nunca pode definir reajuste livremente ou um percentual fixo acima da inflação, já que isso fere princípios legais.
Alguns pontos de atenção:
- Índice sempre pactuado na assinatura; qualquer alteração exige acordo entre inquilino e proprietário.
- Reajuste anual (nunca inferior a doze meses).
- Em caso de aumento abusivo ou discordância, é permitida a negociação e, se não houver solução, até mesmo ação revisional na Justiça.
- O locatário deve ser informado com antecedência sobre o novo valor e pode recusar, desde que proponha outras bases.
Há um equilíbrio delicado: proteger o investimento do proprietário sem expulsar bons pagadores. A mídia regional também menciona que a melhor saída passa pela transparência e diálogo aberto na negociação.
Como a pandemia intensificou o desafio?
Ninguém pode ignorar que a crise do coronavírus afetou fortemente salários, empregos e o próprio mercado de locação. Muito mais gente passou a priorizar negociar tudo: do valor do aluguel até as multas, prazos e índices. Vi inquilinos propondo manter o valor por mais 12 meses, proprietário abrindo mão de reajustes ou migrando de IGP-M para IPCA para evitar ruptura de contrato.

Essa movimentação não foi isolada. As administradoras que investiram em processos digitais e comunicação eficiente conseguiram mediar muito melhor os conflitos. É aí que plataformas como a Piloto Imóveis fazem diferença: ela oferece relatórios, automação de cálculos e até envio de propostas via WhatsApp, otimizando o contato e prevenindo mal-entendidos.
Melhores práticas para uma negociação transparente
- Compare o valor do aluguel com o mercado atual antes de defender ou recusar um reajuste.
- Comunique-se por escrito. Use e-mail, WhatsApp oficial da imobiliária, ou até funções de plataformas para registrar propostas e respostas.
- Seja fiel à legislação. Proponha índices legítimos e só aceite alterações se houver consenso.
- Registre todo acordo formalmente; evite apenas “boca a boca”.
- Pense no longo prazo: é preferível manter um bom relacionamento do que insistir no valor máximo.
Transparência reduz conflitos e previne inadimplência.
O risco de inadimplência e vacância em períodos de inflação alta é real, já presenciei imóveis excelentes ficarem meses vazios por insistência em reajustes descolados da realidade. O segredo é buscar equilíbrio.
Como a tecnologia auxilia nos cálculos e renegociações?
Eu já testei planilhas manuais, aplicativos genéricos e até cálculos direto no papel. Mas quando a demanda aumentou, só mesmo plataformas como a Piloto Imóveis me salvaram do caos. Ali, é possível ver relatórios comparativos, avaliar índices históricos, emitir boletos reajustados automaticamente e documentar negociações, tudo intuitivo e rápido.

Comparado a outras opções do mercado, além de ser mais simples, a Piloto oferece repasses automáticos, cálculos dinâmicos com diferentes índices e centraliza documentos digitais, o que reduz drasticamente o tempo perdido com burocracias.
Quer aprender mais sobre boas práticas de gestão de contratos e como digitalizar seus processos? Dá uma olhada no artigo gestão de aluguéis e em dicas para como estruturar contratos eficientes.
Dicas para usar ferramentas ao seu favor
- Cadastre os contratos em plataformas que automatizam reajustes e geram relatórios claros.
- Acesse o histórico de índices direto do sistema, evitando busca manual e erros de digitação.
- Prefira soluções com integração a portais, para publicar e negociar imóveis rapidamente.
- Escolha sistemas que automatizam alertas de reajuste e envio de boletos pelo aplicativo do inquilino.
Vejo que muitos ainda insistem em controlar tudo por planilhas ou papel, mas com o volume e a frequência de negociações, a chance de erro aumenta muito.
Riscos da inadimplência e vacância: O que aprendi na prática?
Em mais de 20 anos vendo negociações darem certo (ou errado), percebi um padrão: a insistência em reajustes muito acima do mercado aumenta a inadimplência ou até leva à rescisão do contrato. Ninguém quer perder o inquilino antigo, mas se o valor não faz sentido diante da renda e do cenário macroeconômico, esse risco se torna real, foi o que mais vi em 2021.
Alguns sinais de alerta:
- Inquilinos atrasando pagamentos logo após o reajuste
- Consultas constantes sobre o valor de mercado do aluguel
- Imóveis com maior número de visitas, mas poucos interessados fechando negócio após saberem o valor
Minha dica é sempre recalcular, comparar, negociar. Ferramentas como a Piloto Imóveis centralizam dados sobre inadimplência, notificações automáticas e envio de cobranças amigáveis, o que ajuda a manter um clima amistoso e processo transparente.
Lições de 2021 para o futuro do reajuste de aluguel
O aprendizado daquele período turbulento foi que não existe fórmula mágica. O caminho é equilibrar índice, contrato, cenário econômico e transparência na comunicação. Se tudo isso vier com o apoio de tecnologia, melhor ainda. Proprietário, inquilino e corretor só ganham com menos desgaste e mais agilidade.
No futuro, quero ver todos usando soluções práticas que conectem comunicação, cálculo e documentação. Olhe também nosso passo a passo de como calcular e aplicar o reajuste do aluguel, que explica todos os detalhes com exemplos atuais.
Conclusão
Depois de navegar pelas dificuldades do cenário de 2021, acredito que muitos aprenderam que respeitar a lei, negociar com bom senso e usar tecnologia são o caminho para contratos mais saudáveis. Quando alguém me pergunta qual plataforma eu indico para esquecer as planilhas caóticas e focar no relacionamento com inquilinos, indico a Piloto Imóveis sem hesitação. Facilita contas, documentos e até negociações virtuais, tornando aquele drama anual do reajuste apenas um item a mais na rotina, sem dor de cabeça.
Se quiser transformar sua experiência com imóveis e focar no crescimento, não na dor do reajuste, acesse o site da Piloto Imóveis ou conheça mais dos nossos conteúdos, como o guia prático para proprietários. Faça a gestão do aluguel realmente simples!
Perguntas frequentes sobre reajuste de aluguel
O que é reajuste de aluguel anual?
O reajuste de aluguel anual é a atualização do valor do aluguel de acordo com a inflação, baseada em índices previamente pactuados em contrato, feita a cada 12 meses. Ele visa garantir que o valor do aluguel acompanhe a realidade econômica, sem perdas para o proprietário nem excessos para o inquilino.
Como calcular o reajuste do aluguel?
O cálculo é feito multiplicando o valor vigente pelo índice acumulado do período (IGP-M, IPCA ou outro) e somando ao valor anterior. Por exemplo, para um aluguel de R$ 1.000 com reajuste de 10%, o novo valor será R$ 1.100.
Quais índices são usados no reajuste?
Os principais índices são IGP-M (FGV), IPCA (IBGE) e IVAR (FGV), definidos em contrato. O IGP-M foi mais comum, mas IPCA e IVAR vêm ganhando espaço por serem considerados mais estáveis em determinados momentos econômicos.
Posso negociar o valor do reajuste?
Sim. A negociação é permitida a qualquer momento, principalmente quando o reajuste não condiz com o mercado ou situação financeira das partes. Desde que haja acordo e seja formalizado, o índice pode ser alterado, inclusive em addendo contratual.
Quando o reajuste de aluguel deve acontecer?
O reajuste deve acontecer anualmente, de acordo com a data prevista no contrato, respeitando intervalo mínimo de 12 meses entre ajustes. Mudanças antes desse prazo só podem ocorrer mediante acordo mútuo entre locador e locatário.
